Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira não era diferente apenas na extensão do nome.
Tinha muitas particularidades em relação a maioria dos jogadores de futebol. Era formado em medicina.
Começou tarde no esporte, aos 20 anos. Não tinha porte atlético. E seu discurso não se limitava aos
chavões usados pelos boleiros. Tinha forte consciência política e social
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.Mas o “Doutor” tinha algo em comum com os grandes craques da história do futebol: uma
habilidade acima da média. Tão refinada que, de costas para o gol, passou a usar os precisos
toques de calcanhar como uma arma letal para desnortear a marcação adversária.
Após se destacar no Botafogo de Ribeirão Preto em 1976 e 77, chegou ao Corinthians em 78
e marcou época no Alvinegro de Parque São Jorge. E rapidamente, virou ídolo da
Fiel. Campeão paulista em 79, 82 e 83. E principal liderança da “Democracia Corintiana”, que
alterou significativamente a relação entre jogadores e diretoria em uma época em que os
brasileiros não elegiam o presidente da República.
Na seleção brasileira, também foi brilhante. Formou no final dos anos 70 e início dos 80, uma
dupla dos sonhos com Zico. Foi capitão da seleção de 82, que encantou o mundo. Mas não
teve o prazer de levantar a Taça Fifa na Espanha. Em 86, voltou a ter a chance de conquistar
uma Copa do Mundo. Mas o futebol não foi o mesmo de quatro anos antes. E ainda teve que
superar a tristeza de ter perdido uma penalidade na disputa de pênaltis contra a França. Jogo
que foi o seu último com a camisa amarela.
Em 84, foi atuar na Fiorentina. Não brilhou longe de casa e ficou apenas uma temporada na
Itália. Na volta ao Brasil, nunca mais conseguiu repetir o brilho dos tempos do Corinthians.
Teve passagens apagadas pelo Flamengo, Santos e Botafogo-SP antes de encerrar a carreira
em 1989, aos 35 anos.
Uma carreira muito particular. Que garantiu a Sócrates um lugar cativo na lista dos grandes
jogadores de futebol de todos os tempos.
O ex-jogador Sócrates, 57 anos, não resistiu a terceira internação em cerca de quatro meses e
morreu nesta madrugada de domingo, em São Paulo. O Hospital Israelita Albert Einstein, local
onde o ídolo corintiano estava internado desde a noite da última quinta-feira, confirmou a notícia
por intermédio de boletim médico emitido às 5h30 (de Brasília).
Ainda segundo o hospital, o ex-jogador morreu às 4h30 em consequência a um choque séptico
(infecção generalizada causada por bactéria). Natural de Belém, no Pará, Sócrates Brasileiro
Sampaio de Souza Vieira de Oliveira deixa a mulher, Kátia, e seis filhos.
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